Colunistas - Zacarias Pagnanelli

Juiz Marcelo Bretas (RJ) e CEOs abordam combate à corrupção no Fórum de Compliance da Amcham-SP

17 de Agosto de 2018

Nesta sexta-feira (17/08), o Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro, e CEOs abordaram em painel combate à corrupção no Fórum de Compliance da Amcham, em São Paulo. CEOs da Petros, Takeda e Thomson Reuters debateram desafios da transparência empresarial.  

O juiz Marcelo Bretas, que foi o convidado de honra do 5º Fórum, dividiu sua experiência como magistrado em casos de combate à corrupção no Rio de Janeiro, entre eles a Lava Jato e a Operação Fatura Exposta – que investiga fraudes no fornecimento de equipamentos ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).

 Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro
 

Segundo Bretas, a Polícia Federal está evoluindo. "Existe muita integração com órgãos estaduais e internacionais, o que evita gastos e facilita nas provas". O juiz enfatizou que não representa o setor judiciário, mas sim o seu trabalho profissional. "Acredito que a corrupção não vai acabar, mas sim diminuir. O judiciário tem colaborado com o momento que vivemos, sustentando as decisões. Hoje em dia conseguimos desmascarar a corrupção e conhecemos coisas que antes só ouvimos falar.  O juiz tem que observar a parte social das leis, sabemos que temos outras pautas à serem adotadas e existe um sistema no Brasil paralelo que ninguém conhece, por exemplo algumas autoridades que não cumprem seu trabalho correto. O  fórum privilegiado é muito ruim, pois passa um ar de impunidade de pessoas que estão nesse círculo de amigos envolvidos em investigações", comentou o juiz. 

Bretas ainda citou o depoimento de um grande empresário que no final colaborou com o Ministério Público. "Ele nunca imaginou que iria passar por isso um dia e ainda abordou que empresas que participam de campanhas políticas são à porta de entrada da corrupção". 

Além da visão do Judiciário, o Fórum de Compliance trouxe o debate sobre transparência empresarial com pontos de vista da liderança, de executivos e especialistas sobre o assunto. Os CEOs Walter Oliveira Filho (Petros), Renata Campos (Takeda) e Santiago Ayerza (Thomson Reuters) abordaram o tema sob a ótica do topo da empresa.

Os desafios e tendências de compliance foram detalhados pelos Compliance Officers Paulo Wanick (ArcelorMittal), Roberto Medeiros dos Santos (Neoenergia) e Fernando Ribeiro (UBS). Ana Paula Carracedo, diretora de compliance, risco e governança da Votorantim, foi a moderadora dos dois painéis.

Os protocolos de investigação de denúncias pelas autoridades brasileiras e americanas foram tema de Honazi Farias, professor do MBA de Gestão de Risco e Compliance da FIA, Pierpaolo Cruz Bottini, sócio do Bottini & Tamasauskas Advogados e do ex-promotor de Justiça dos EUA Daniel Fridman, sócio do escritório White & Case (EUA). Antonio Gesteira, diretor de prática forense da KPMG, moderou o painel.

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